As Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), antigamente chamadas de Doenças Venéreas (relativo a Vênus – deusa da formosura) são tão antigas quanto a humanidade e adquiridas durante o contato sexual, em qualquer variação, independente em ser hetero ou homossexual. Algumas podem também ser transmitidas por vias não sexuais, sendo raro isto acontecer.
Antigamente as doenças consideradas como DSTs eram apenas a sífilis, gonorréia, cancro mole, linfogranuloma venéreo e granuloma inguinal, mas com o avanços da ciência foram sendo descobertas outros doenças de transmissibilidade sexual como veremos individualmente.
Em 1928, Alexander Fleming descobriu a penicilina e com isso houve uma redução do numero de casos de sífilis, uma das mais temidas DSTs da época. Nos anos 60, com a penicilina nas farmácias e o advento da pílula anticoncepcional, surgiu a histórica “Revolução Sexual” que pregava o sexo de forma mais liberal, havendo assim novamente um aumento nos casos de DSTs , principalmente entre jovens. Esta “ liberalidade ” durou até a década de 80 quando surgiram os primeiros casos de AIDS.
O primeiro diagnóstico de AIDS foi feito nos Estados Unidos em 1981.No Brasil o primeiro caso foi registrado em 1983. A epidemia por aqui desenvolveu-se inicialmente em relações homossexuais masculinos tendo logo agregado outro “grupo de risco” : o de usuários de drogas injetáveis.
Acreditava-se até então que estes 2 grupos eram os únicos com potencial para se infectarem com o vírus da AIDS. Logo a seguir descobriu-se um terceiro grupo, os hemofílicos que haviam recebido sangue contaminado em transfusões. Passados mais alguns anos começaram a surgir casos de contaminação em relações heterossexuais, causando novamente um grande impacto no comportamento sexual da humanidade.
Sinais de alerta
Alguns dos sintomas citados abaixo podem tratar-se de uma simples infecção de urina ou outra doença que não DST, por isso acalme-se caso apresente algum deles.
Transmissão
A transmissão destas doenças primordialmente ocorrem através do contato íntimo com uma pessoa infectada.
Prevenção
Todas as DSTs são facilmente evitadas, mantendo-se uma vida sexual saudável e utilizando-se de preservativos masculinos ou femininos.
Tratamento
O tratamento de doenças sexualmente transmissíveis é feito basicamente com antibióticos. Com exceção a AIDS, todas podem ser praticamente curadas, geralmente sem sequelas se diagnosticadas e tratadas precocemente.
SIDA – Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
(AIDS – Acquired Immune Deficiency Syndrome)
Gonorréia
É uma DST caracterizada secreção purulenta (blenorragia) na uretra do homem e vagina na mulher. Inicia-se geralmente com coceira e ardência para urinar. É ainda hoje, uma das DSTs mais comuns por muitas vezes não apresentar sintomas importantes na mulher,sendo causada por uma bactéria : a Neisseria gonorrhoeae.
Sífilis (Cancro Duro)
Sífilis é uma doença infecciosa de evolução crônica (lenta) tendo como agente causador o Treponema pallidum. As manifestações clínicas da sífilis dispõem-se em fases distintas podendo iniciar-se de 2 a 3 meses após a relação.
Cancro mole
Cancro Mole (cavalo) é causada pela bactéria Hemophilus Ducreyi afetando homens e mulheres.
Caracteriza-se por feridas tipo úlcera, semelhante a sífilis, diferenciando-se desta por apresentar geralmente lesões múltiplas (pode ser única), por serem dolorosas, de borda irregular com contornos avermelhados e fundo irregular, cobertos por secreção amarelada, purulenta, com odor fétido e tendência a sangramento em leves traumatismos. Pode haver formação de íngua na região da virilha. Importante observar que não é raro infeção mista; cancro mole e sífilis simultaneamente.
Candidíase
A candidíase é provocada por um fungo, a candida albicans (o mesmo que provoca o sapinho na boca de recém nascidos). Como sinais e sintomas apresenta coceira na região infectada, dor a relação sexual, secreções e corrimentos esbranquiçados semelhantes a nata de leite na mulher. O homem geralmente apresenta apenas coceira no pênis, podendo muitas vezes não ter nenhum sintoma.
Herpes Simples Genital
Herpes genital é causado por um vírus chamado de “virus herpes simplex“, tipo 2. O primeiro sintoma é o aparecimento de minúsculas bolhas agrupadas (vesículas) que causam dor e ardência no local de inoculação (contato). Com o passar dos dias estas vesículas vão se rompendo e liberando pequena quantidade de líquido os quais formarão crostas ao secarem. Este líquido contem grande quantidade de vírus e é altamente infectante. Durante a fase de ruptura das vesículas pode haver febre e ínguas na região inguinal.
Condiloma Acuminado (Crista de galo)
É uma DST popularmente conhecida como “crista de galo” causada por um vírus (HPV – Human Papilloma Virus) caracterizada pelo crescimento de uma lesão tipo verruga (couve-flor) na região de contato (pênis, vagina ou anus). A presença do vírus pode ser assintomática principalmente na mulher ou a lesão inicial pode ser pequena e passar despercebida a ambos os sexos.
Linfogranuloma Venéreo
É uma doença causada pela bactéria Chlamydia trachomatis que causa inflamação de gânglios linfáticos (ínguas) da região da virilha. Inicialmente surge uma ou mais pequenas úlceras (2 ou 3mm) que cicatrizam sozinhas em cerca de 4 dias. Depois de 2 a 4 semanas da cicatrização surge o inchaço dos gânglios inguinais (virilha) que tornam-se grandes, dolorosos e com úlceras extravasando grande quantidade de líquido purulento. Nesta fase há geralmente sintomas gerais como febre, mal estar, etc.
Pediculose pubiana (Chato)
Não se trata de uma infecção e sim de uma infestação por um inseto da família do piolho, o Phtirus Pubis, que se aloja na região de implantação dos pelos pubianos, do baixo ventre, coxas e pelos anais.
Popularmente conhecido como “chato” por causar coceira continuamente.
Hepatite B
A doença
A hepatite B é uma doença do fígado que pode persistir por vários anos, e em 10 % dos casos pelo resto da vida. Ela é causada pelo HBV (vírus da hepatite B) que pode ser encontrado em fluídos do corpo de uma pessoa infectada (sangue, secreções vaginais, sêmen (esperma) e saliva.
Esta hepatite muitas vezes não apresenta nenhum sintoma ou sinal aparente (50% dos casos) . Quando surgem, é em média de 60 a 90 dias após o contato e contaminação. Os primeiros sintomas são febre, mal-estar, desconforto, dores abdominais, mais tarde surgem icterícia (a pele e os olhos tornam-se amarelados), urina escura (cor de coca-cola)e fezes claras e prurido (coceira) no corpo.
Transmissão
Pode ser por relações sexuais; uso de drogas injetáveis compartilhadas com outros usuários; exposição a agulhas ou outros instrumentos contaminados (exemplos: tatuagens, perfuração da orelha, etc.); transfusão de sangue e seus derivados, sem pré investigação laboratorial para doenças transmissíveis que tornaram-se raras hoje em dia; procedimentos odontológicos e médicos (cirurgias e hemodiálises), se não observadas as normas segurança e esterilização.
Existe também a possibilidade de transmissão de mãe para filho, no momento do nascimento e no leite da mãe contaminada.
Complicações do tratamento tardio ou não tratamento:
– em ambos os sexos : Hepatite crônica ativa apresentando “surtos” podendo levar ao coma hepático e morte. Pode ainda lentamente evoluir para cirrose e mais tarde câncer no fígado.
Tratamento
Não existe tratamento específico para a hepatite B.
Ele é feito sintomaticamente, isto é: medicamentos para combater os sintomas como náuseas, vômitos e dores relacionadas a hepatite e suas complicações.
Prevenção
A prevenção se faz evitando os modos de transmissão e com vacinação antes do contato .
O uso de preservativo em relações sexuais é um deles. Esta é uma doença de notificação obrigatória à vigilância sanitária que irá acompanhar o tratamento, conscientizar e orientar a pessoa infectada para evitar a disseminação do vírus.
Trichomoníase
A doença
É uma infecção dos genitais, causada pelo Trichomonas vaginalis.
Pode não apresentar sintomas algum ou aparecer na mulher como um corrimento amarelo abundante com mau cheiro, coceira na região vaginal, dor abdominal e ardência ao urinar. O homem raramente apresenta ardência ao urinar ou um pouco de secreção amarela saindo pelo pênis.
Os sintomas quando presentes costumam aparecer em torno de 10 dias após a relaçao.
Transmissão
A tricomoníase é transmitida durante sexo vaginal. Não há comprovação de transmissão através de sexo oral ou anal
Complicações do tratamento tardio ou não tratamento:
Na mulher: vaginite
No homem : prostatite (infeção da próstata)
Tratamento
O tratamento é realizado com antibióticos por via oral e creme local (na mulher)
Prevenção
O uso de preservativo é um bom método preventivo.
Infecção por Gardnerella
A doença
É causada pela bactéria Gardnerella vaginalis. Provoca corrimento forte com um odor desagradável principalmente durante a menstruação e nas relações sexuais.
Na verdade esta bactéria existe normalmente na vagina da maioria das mulheres sem causar problemas, mas por motivos desconhecidos podem começar a se proliferar demasiadamente causando infeção.
Transmissão
Esta infeção na mulher pode ser primária, ou seja as bactérias já se encontravam nela.
A transmissão ao homem é por via sexual .
Complicações do tratamento tardio ou não tratamento:
Na mulher: inflamação doe útero e trompas. Ruptura prematura de placenta em gestantes
No homem: inflamação da uretra (canal da urina) raramente forma secreção na uretra.
Tratamento
É feito com medicamentos por via oral e vaginal (na mulher).
Prevenção
Boa higiene e uso de preservativos é o caminho preventivo correto.